Artigos científicos
O Tratamento do câncer
01/05/2007
Câncer é a palavra que usamos para definir um grupo de mais de cem doenças que têm em comum o aparecimento de células defeituosas que se multiplicam descontroladamente. Juntas, estas células formam tumores que podem migrar e invadir outras estruturas, com
01/05/2007
Câncer é a palavra que usamos para definir um grupo de mais de cem doenças que têm em comum o aparecimento de células defeituosas que se multiplicam descontroladamente. Juntas, estas células formam tumores que podem migrar e invadir outras estruturas, com
Câncer é a palavra
que usamos para definir um grupo de mais de cem doenças que têm em comum
o aparecimento de células defeituosas que se multiplicam
descontroladamente. Juntas, estas células formam tumores que podem migrar
e invadir outras estruturas, comprometendo suas funções.
O câncer sempre existiu. Já na Grécia e Egito antigos havia referências a esta enfermidade.
O câncer sempre existiu. Já na Grécia e Egito antigos havia referências a esta enfermidade.
No final do século
XIX, o advento da anestesia e da antissepsia possibilitou a remoção de
tumores através da cirurgia. Os resultados eram desastrosos, com amplas ressecções, e
dependiam bastante da experiência e habilidade do cirurgião.
Atualmente a cirurgia
ainda tem papel fundamental na cura de alguns tipos de câncer, mas a
tendência é que, aliada a outras modalidades terapêuticas, se torne cada
vez menos mutilante.
A segunda modalidade
de tratamento do câncer surgiu com a descoberta da radiação também no
final do século XIX. No entanto, somente a partir da II Guerra Mundial, é
que a radioterapia passou a ter
aplicação rotineira nos esquemas de tratamento de alguns tumores. Era o
inicio da abordagem multidisciplinar no tratamento do câncer. O cirurgião
já não estava mais sozinho, mas sim, trabalhando em conjunto com os
radioterapeutas na luta contra o câncer.
Com o progresso da
medicina, outra importante observação levou à terceira forma de
tratamento contra o câncer, a quimioterapia.
Durante a II Guerra
Mundial (1940-45), na autopsia de soldados expostos ao gás mostarda,
médicos verificaram uma grande redução dos gânglios linfáticos.
Concluiu-se que esta substância poderia ser eficaz contra os tumores
deste sistema. Foi então desenvolvida a “mostarda nitrogenada” que,
realmente se revelou eficiente contra certos linfomas.
O impulso da
oncologia, que se tornou um outro marco nesta historia, foi dado na
década de 70. Em 1973, nos Estados Unidos, o presidente Nixon declarou
“guerra contra o câncer” dispondo bilhões e bilhões de dólares para
pesquisas nesta área.
Hoje existem centenas
de medicamentos quimioterápicos. Diferentemente da cirurgia e da
radioterapia, que atuam no local do tumor, a quimioterapia é sistêmica,
ou seja, além do tumor primário, ela atua também em outras partes do
corpo, destruindo células tumorais que possam ter se disseminado.
Dependendo do tumor,
a quimioterapia pode ser administrada antes da cirurgia com o objetivo de
reduzir a massa, favorecendo uma cirurgia menos mutilante.
Geralmente dois ou
mais agentes quimioterápicos em combinação são empregados, com ações
diferentes e complementares, intensificando o efeito antitumoral.
As vias de
administração mais utilizadas são a endovenosa, intramuscular e oral. As
aplicações podem ser diárias, semanais ou mensais. Assim como o tempo de
tratamento, as doses e a escolha dos agentes irão depender, entre outros
fatores, do tipo de câncer, seu grau e idade do paciente. Na maioria das
vezes o paciente recebe as medicações no ambulatório ou mesmo em casa e
em poucos casos precisa de hospitalização.
As três formas
de tratamento podem ou não ser utilizadas em um mesmo paciente. Nem todos
os tumores são sensíveis à quimio ou à radioterapia ou cirurgicamente
ressecáveis.
Durante o
tratamento, um acompanhamento das condições do paciente através de exames
clínicos e laboratoriais, assim como a observação da resposta do tumor às
drogas utilizadas, irão determinar os passos seguintes.
O transplante
de medula óssea é
outra forma de tratamento com indicações restritas na faixa pediátrica.
Atualmente, outras
terapias antitumorais que prometem bons resultados estão em estudo. São
elas a imunoterapia e a “terapia-alvo”. Desta, os anticorpos
monoclonais tem a
pretensão de funcionar como “mísseis teleguiados” para combater
especificamente estruturas pertencentes somente às células tumorais.
Os quimioterápicos
atuam principalmente destruindo as células que estão em divisão. Sendo
assim, células normais também são afetadas, principalmente aquelas com maior
velocidade de crescimento e renovação, como as células da mucosa da boca
e as da medula óssea, responsáveis pela produção do sangue. Estes
tecidos estarão reparados após alguns dias. Os danos que as células
normais sofrem, darão origem aos efeitos colaterais.
A radioterapia
também pode lesar células normais em seu campo de ação.
O medicamento
ideal deveria destruir as células cancerosas sem lesar as normais. No
entanto, este medicamento não existe. Apesar disto, os efeitos colaterais
podem ser minimizados e as complicações decorrentes quase sempre
resolvidas, obtendo-se assim o equilíbrio entre os efeitos indesejáveis e
os terapêuticos.
É sobre estes efeitos
e algumas dicas para amenizá-los que trata a segunda parte deste artigo,
na próxima edição do jornal da ACACCI.
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