quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

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Artigos científicos

O Tratamento do câncer

01/05/2007

Câncer é a palavra que usamos para definir um grupo de mais de cem doenças que têm em comum o aparecimento de células defeituosas que se multiplicam descontroladamente. Juntas, estas células formam tumores que podem migrar e invadir outras estruturas, com
Câncer é a palavra que  usamos para definir um grupo de mais de cem doenças que têm em comum o  aparecimento de células defeituosas que se multiplicam descontroladamente. Juntas, estas células  formam tumores que podem migrar e invadir outras estruturas, comprometendo suas  funções.

O câncer sempre existiu. Já na Grécia e Egito antigos  havia referências a esta enfermidade.
No final do século XIX, o advento da anestesia e da  antissepsia possibilitou a remoção de tumores através da cirurgia. Os  resultados eram desastrosos, com amplas ressecções, e dependiam bastante da  experiência e habilidade do cirurgião.  
Atualmente a cirurgia ainda tem papel fundamental na  cura de alguns tipos de câncer, mas a tendência é que, aliada a outras  modalidades terapêuticas, se torne cada vez menos mutilante. 
A segunda modalidade de tratamento do câncer surgiu  com a descoberta da radiação também no final do século XIX. No entanto, somente  a partir da II Guerra Mundial, é que a radioterapia passou a ter aplicação rotineira  nos esquemas de tratamento de alguns tumores. Era o inicio da abordagem  multidisciplinar no tratamento do câncer. O cirurgião já não estava mais  sozinho, mas sim, trabalhando em conjunto com os radioterapeutas na luta contra  o câncer.
Com o progresso da medicina, outra importante  observação levou à terceira forma de  tratamento contra o câncer, a quimioterapia.
Durante a II Guerra Mundial (1940-45), na autopsia de  soldados expostos ao gás mostarda, médicos verificaram uma grande redução dos gânglios  linfáticos. Concluiu-se que esta substância poderia ser eficaz contra os tumores deste  sistema. Foi então desenvolvida a “mostarda nitrogenada” que, realmente se  revelou eficiente contra certos linfomas. 
O impulso da oncologia,  que se tornou um outro marco nesta historia, foi dado na década de 70. Em 1973,  nos Estados Unidos, o presidente Nixon declarou “guerra contra o câncer”  dispondo bilhões e bilhões de dólares para pesquisas nesta área.
Hoje existem centenas de  medicamentos quimioterápicos. Diferentemente da cirurgia e da radioterapia, que  atuam no local do tumor, a quimioterapia é sistêmica, ou seja, além do tumor  primário, ela atua também em outras partes do corpo, destruindo células  tumorais que possam ter se disseminado.
Dependendo do tumor, a  quimioterapia pode ser administrada antes da cirurgia com o objetivo de reduzir  a massa, favorecendo uma cirurgia menos mutilante.
Geralmente dois ou mais  agentes quimioterápicos em combinação são empregados, com ações diferentes e  complementares, intensificando o efeito antitumoral.
As vias de administração  mais utilizadas são a endovenosa, intramuscular e oral. As aplicações podem ser  diárias, semanais ou mensais. Assim como o tempo de tratamento, as doses e a  escolha dos agentes irão depender, entre outros fatores, do tipo de câncer, seu  grau e idade do paciente. Na maioria das vezes o paciente recebe as medicações  no ambulatório ou mesmo em casa e em poucos casos precisa de hospitalização.
As  três formas de tratamento podem ou não ser utilizadas em um mesmo paciente. Nem  todos os tumores são sensíveis à quimio ou à radioterapia ou cirurgicamente  ressecáveis.
Durante  o tratamento, um acompanhamento das condições do paciente através de exames  clínicos e laboratoriais, assim como a observação da resposta do tumor às  drogas utilizadas, irão determinar os passos seguintes. 
O transplante de  medula óssea é outra forma de tratamento com indicações restritas na faixa  pediátrica.
Atualmente, outras terapias antitumorais que  prometem bons resultados estão em estudo. São elas a imunoterapia e a “terapia-alvo”.  Desta, os anticorpos monoclonais tem a pretensão de funcionar como  “mísseis teleguiados” para combater especificamente estruturas pertencentes  somente às células tumorais.
Os quimioterápicos atuam principalmente destruindo as  células que estão em divisão. Sendo assim, células normais também são afetadas, principalmente aquelas com maior velocidade de  crescimento e renovação, como as células da mucosa da boca e as da medula  óssea, responsáveis pela produção do sangue.  Estes tecidos estarão reparados após  alguns dias. Os danos que as células  normais sofrem, darão origem aos efeitos colaterais.
A radioterapia também  pode lesar células normais em seu campo de ação.
O medicamento ideal  deveria destruir as células cancerosas sem lesar as normais. No entanto, este  medicamento não existe. Apesar disto, os efeitos colaterais podem ser  minimizados e as complicações decorrentes quase sempre resolvidas, obtendo-se  assim o equilíbrio entre os efeitos indesejáveis e os terapêuticos.
É sobre estes efeitos e algumas dicas para  amenizá-los que trata a segunda parte deste artigo, na próxima edição do jornal  da ACACCI.


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